sábado, 17 de novembro de 2007

Tropa de Elite



Pela primeira vez na história o lançamento de um filme aconteceu simultaneamente aqui e no restante do mundo. Tropa de Elite chegou em todos os cantos do país graças a pirataria. Infelizmente, o filme só entrou em cartaz no cinema esta semana no velho oeste.


Antes disso, rumores e mais rumores. Na mídia, nos bares, nas salas de domingo enquanto o faustão falava pra ninguém ouvir e, é claro, no trabalho.


Foi estratégia de guerrilha. Diziam uns (eu acredito que foi), enquanto o diretor falava que foi furo... pelo sim, pelo não...rondava pela agência uma cópia pirata.

Sim, foi assim mesmo que o vi pela primeira vez.


Se isso justifica, Tropa de Elite já é o filme mais visto nas salas de cinema neste ano, superou o global A grande família. Sem sombra de dúvida é um dos filmes brasileiros mais vistos em todos os tempos.

Por todos os sites que andei vi críticas e observações quanto ao roteiro, direção, estratégia e tudo mais. Pra mim, Tropa de Elite representa um pouco mais. Ele levou às salas, além de cinéfilos, brasileiros que não frenquentam rotineiramente as salas, e até os que só assistem hollywodianos.


Tropa de Elite fez brasileiro ter orgulho de filme brasileiro. Além do filme ter me agradado em grande parte dos aspectos técnicos, Tropa de Elite me fez sentir que a partir de agora entramos numa nova era do cinema nacional, que inicia o processo de estabilização como um cinema próprio e de qualidade, que a maioria da população desconhecia por preconceito e pela doutrinação a que passamos ao longo dos anos em relação ao cinema de efeitos especiais norte-americano.


Daqui pra frente, meu desejo é ver as salas de cinema lotadas vendo o que produzimos. Espero que nas locadoras ocorra o mesmo processo e que as escolas comecem a instigar os alunos com a utilização de nosso cinema.


Espero que Chapecó entenda tudo isso, espero que nosso maior órgão representativo na área na cidade, a Fundação Cultural, não pense que isso é coisa que acontece só em capitais. Se assim o entenderem, é bom que se saiba que nenhuma "capital do empreendedorismo" perdura sem produção cultural. Espero que a partir de agora nossa produção "local" também seja valorizada e que todos entendam que cultura não se faz de Efapi!

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