segunda-feira, 14 de abril de 2008

Quando se trata de um pseudo Jornalismo

Depois do menino que foi barbaramente morto em um assalto por ter ficado preso ao sinto de segurança do lado de fora do carro em movimento, agora o Brasil tem outro mártir infantil. Nem é necessário falar o nome de Isabella Nardoni para que qualquer um que ler este post saiba que se trata dela. No entanto, alguém lembra qual era o nome do menino que, infelizmente, ganhou tanto espaço na mídia quanto Isabella?
Lamentavelmente os meios de comunicação brasileiros têm vivido disso. Embora a saturação da notícia fira os ouvidos, todo mundo presta por mais uma vez atenção no caso. Fora isso, foram várias as condenações antecipadas sobre os culpados, anti-éticas de acordo com o Código de Ética do Jornalismo.
Sem falar na falta de respeito com a família, o caso ainda falta com respeito ao bom Jornalismo e com o telespectador. Na semana passada estava assistindo o Jornal estadual da sucursal da Rede Record, quando o comentarista Paulo Alceu fez uma crítica em relação à postura dos jornalistas no caso. Embora não concorde com grande parte do que ele fala sobre outros assuntos, naquele dia ele falou algo coerente, no mesmo sentido do abordado acima.
Infelizmente, após o comentário a manchete para as notícias nacionais da mesma emissora falava de forma sensacionalista sobre o caso. Duas posturas diferentes lado a lado separadas por alguns frames, que Jornalismo é esse? E esse, é apenas uma das abordagens feita pelas emissoras e demais meios. Mas espera aí, que TV e que Jornalismo queremos?
É certo que as mortes das duas crianças chocaram a todo país, mas será que alguém se preocupa com as crianças que estão morrendo todos os dias com a dengue no Rio de Janeiro? Ou quem sabe com as que são vítimas de balas perdidas no mesmo estado devido à guerra do tráfico. O que falar das baixas no Afganistão? Seriam essas perdas menos dolorosas ou o dinheiro, além de uma vida melhor, também compra dores piores e um Jornalismo mesquinho?

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